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Alusivo do 60º aniversário do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (MNMSGM)

Publicado: Terça, 11 de Agosto de 2020, 17h57 | Última atualização em Terça, 11 de Agosto de 2020, 17h57 | Acessos: 484

Voltando um pouco na história, em 1939 teve início o maior conflito militar global, com a participação de grandes nações do mundo, o qual durou até 1945. A Segunda Guerra Mundial foi o mais abrangente conflito bélico, envolvendo forças organizadas em duas alianças militares, os aliados e o Eixo. Conflito este, no qual, o nazifascismo tentou impor seu domínio. Os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra.

No início, o Brasil optou pela neutralidade no conflito, porém, o torpedeamento de alguns de seus navios mercantes em 1942 por submarinos alemães causou grande agitação na população brasileira em repúdio às injustas agressões, as quais promoveram a morte de inocentes civis e marinheiros.

No dia 22 de agosto de 1942, o Presidente Getúlio Vargas reuniu seu ministério e ao final o Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo transmitia: “O Senhor Presidente da República reuniu hoje seu Ministério, tendo comparecido todos os Ministros. Diante da comprovação dos atos de guerra contra nossa soberania, foi reconhecida a situação de beligerância entre Brasil e as nações agressoras, Alemanha e Itália.” Finalizando, em 31 de agosto, por meio do decreto 10.358, o Brasil declarou estado de guerra em todo território Nacional.

Com a declaração de guerra ao eixo, foi estabelecida a Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos (CMMBEU), marco inicial para criação da Força Expedicionária Brasileira. O presidente Getúlio Vargas, em março de 1943, autorizou os planejamentos necessários para o emprego de tropas brasileiras em operações de guerra no exterior. Dessa forma, em agosto de 1943, por meio da Portaria Ministerial nº 47-44, foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por 01 (uma) Divisão de Infantaria Expedicionária, Tropa Especial e Unidades Não Divisionárias, sendo escolhido, o então General de Divisão João Baptista Mascarenhas de Morais para Comandar.

Em julho de 1944, 0 1º Escalão da FEB, de um total de 5 (cinco), partiu no Navio Mann dos Estados Unidos, aportando em Nápoles. Iniciava, portanto, o périplo dos soldados de Caxias em solo italiano. Seguiram para o combate, mais de 25.000 militares brasileiros.

No Teatro de Operações da Itália os pracinhas demonstraram seus valores nas batalhas de Monte Prano, Castelnuovo, Monte Castelo, Montese, Colecchio, Fornovo e outras, recebendo o reconhecimento e apreço dos líderes norte-americanos pela coragem e determinação do combatente brasileiro. A trajetória desses bravos guerreiros culminou com a rendição de aproximadamente 20 mil homens, a maioria da centésima quadragésima oitava Divisão de Infantaria alemã, além de integrantes da nonagésima Divisão Panzer Granadier e de italianos da Divisão Bersaglieri do dia 29 para 30 de abril de 1944, evidenciando mais uma vez o valor de nossos pracinhas.

A Segunda Guerra Mundial acabou em maio de 1945 e os escalões da FEB iniciaram seu regresso para o Brasil em julho do mesmo ano. Os pracinhas foram recebidos pela população com muita festa e comemoração, no entanto, devido ao quadro político da época, a desmobilização foi apressada e desastrosa. Dessa forma, a oportunidade de utilizar a FEB como núcleo de treinamento do Exército Brasileiro foi irrecuperavelmente perdida.

Em 1951, o General de Divisão Mascarenhas de Morais, Comandante da FEB, em sessão solene do Congresso Nacional foi promovido ao posto de Marechal. O líder da FEB se dedicou de corpo e alma à consecução de três objetivos: O repatriamento dos febianos mortos e sepultados em Pistóia, a elaboração de uma legislação que assegurasse melhor apoio social aos ex combatentes e por fim, escrever suas memórias.

A história do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial inicia com o ideal do Marechal Mascarenhas de Morais expresso em suas palavras: ”Eu os levei para o sacrifício, cabia-me trazê-los de volta.”.Em 1952 foi nomeada a Comissão de Repatriamento dos Mortos do Cemitério de Pistóia, presidida pelo próprio Marechal, a qual enfrentaria grandes entraves para trazer de volta os pracinhas que haviam tombado em solo italiano.

No ano de 1955, o Prefeito do então Distrito Federal, Senhor Alim Pedro, doou uma área de 10.000 metros quadrados no aterro do Flamengo para construção deste Monumento. Definido o local, foi aberta uma concorrência pública para escolha de um projeto para o início das obras. Consagrou-se vencedor o projeto elaborado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho, com obras dos escultores Júlio Cateli Filho e Alfredo Cheschiati e do pintor Araújo de Medeiros. A construção iniciou em junho de 1957, sendo finalizada em julho de 1960.

Em 20 de junho de 1960, partiu para Pistóia a Comissão de Repatriamento com a incumbência de proceder a exumação dos 467 corpos que retornariam para o Brasil, permanecendo naquele local os restos mortais não identificados de um pracinha (o soldado desconhecido), representando todos aqueles militares brasileiros que padeceram no cumprimento da missão nos Apeninos.

No dia 5 de agosto de 1960, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, finalmente foi inaugurado. Participou da cerimônia Juscelino Kubitschek de Oliveira, Presidente da República à época, além de autoridades civis e militares.

No dia 5 de agosto passado, comemoramos o sexagésimo aniversário deste Monumento, ao mesmo tempo, que, neste ano, também é comemorado o septuagésimo quinto aniversário do fim do maior conflito bélico da história: a Segunda Guerra Mundial. A vitória dos Aliados impediu a disseminação do nazifascismo, permitindo que a soberania e liberdade dos povos reinassem.

Ao longo desses sessenta anos de existência, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial materializou-se como uma escola de civismo e patriotismo, tudo isso, devido às inúmeras cerimônias aqui realizadas. O Monumento é um espaço cultural que favorece a integração entre militares e civis, contribuindo para preservação e manutenção da memória da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

Tudo é fruto da vontade em querer sempre aperfeiçoar os processos que fazem com que, cada vez mais, possamos cumprir a nossa missão com excelência em prol do Exército Brasileiro. Nesse contexto, convém salientar que a tarefa, nos dias de hoje, é grandemente facilitada, decorrente do legado deixado por aqueles que nos antecederam e nos transmitiram um amplo rol de conhecimento, experiências e lições aprendidas nas diversas atividades desempenhadas para enaltecer este Monumento.

Que o Senhor dos Exércitos nos abençoe, para que possamos prosseguir nessa nobre missão de cultuar os valores e tradições do Exército, por meio de sua valorosa história.

Monumento 1 e capa

monumento 2

monumento 3

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