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Expedição de Pedro Teixeira e a conquista da Amazônia

Publicado: Segunda, 31 de Agosto de 2020, 16h52 | Última atualização em Segunda, 31 de Agosto de 2020, 17h06 | Acessos: 10838

Em 28 de outubro de 1637, o capitão Pedro Teixeira partiu de Gurupá (PA) e alcançou a foz do rio Napo, no começo de julho do ano seguinte. A expedição tinha o objetivo de explorar um curso d’água dominado por mulheres guerreiras, hábeis no manejo com cavalos: o rio das Amazonas. Esta incursão, considerada por muitos como a maior façanha sertanista da região, contava com 47 grandes canoas, 70 soldados e 1.200 indígenas.

Alcançou Quito em outubro de 1638. Em 10 de novembro, Pedro Teixeira foi recebido em audiência pelo governador daquela cidade; em 16 de fevereiro do ano seguinte, iniciou a sua viagem de regresso; em 15 de agosto, tomou posse da Amazônia a partir da margem esquerda do rio Aguarico (atual rio do Ouro) para o leste em nome do rei da Espanha e de Portugal, e da Coroa Portuguesa, embora essa ainda estivesse sob o domínio espanhol. O ato de posse foi registrado pelo escrivão da expedição, conforme as instruções que constavam no seu Regimento, e que deveria servir [...] “de baliza aos domínios das duas coroas (de Espanha e Portugal)”. Aportou em Belém, no dia 12 de dezembro de 1639, cumprindo a sua missão após mais de dois anos de sua partida.

Esta expedição foi descrita no livro Novo Descobrimento do Grande Rio das Amazonas, editado em Madri, em 1641. O governo espanhol mandou imediatamente recolher e destruir a publicação, pois se preocupava com a divulgação da rota para as minas peruanas e com as pretensões territoriais portuguesas relacionadas à sua Colônia na América, sobretudo no momento da Restauração. Tal medida, contudo, não impediu que, mais tarde, a expedição de Pedro Teixeira fosse usada pela Coroa Lusa para reivindicar a posse da Amazônia. A incursão estabeleceu as condições, pelo menos, no que se refere à identificação do território, para a ocupação do Vale do Amazonas, através da instalação de fortes e missões religiosas nas margens dos rios.

Em reconhecimento por sua extensa lista de serviços prestados na conquista da Amazônia, foi nomeado, pelo rei Felipe IV, capitão-mor da Capitania do Grão-Pará, assumindo as suas funções em fevereiro de 1640. Teixeira foi agraciado, posteriormente, pelo monarca ibérico com o título de Marquês de Aquella Branca.

No primeiro dia do mês de dezembro, a União Ibérica foi rompida e a Monarquia Portuguesa restaurada. A posse da terra em nome da Coroa Lusa em 1639 e o fim da união das casas ibéricas em 1640 permitiram que a Amazônia passasse a ser um domínio legítimo de Portugal, reconhecido pelos tratados de Madri, de 1750, e ratificado pelo tratado de Santo Ildefonso, de 1777. O advento da Independência do Brasil, em 1822, transferiu a posse da terra da Coroa Lusitana para o Império Brasileiro que se formava.

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