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Espaço cultural da organização militar: a maneira mais fácil de contar a história do Exército

Publicado: Terça, 20 de Dezembro de 2022, 13h51 | Última atualização em Sexta, 23 de Dezembro de 2022, 13h31 | Acessos: 54

A importância do espaço cultural (EC) para as organizações militares (OM) precisa ser compreendida por todos os integrantes do Exército Brasileiro (EB).

Para tanto, primeiramente, é necessário o entendimento sobre o que seria um EC: um local onde atividades relacionadas à cultura são desenvolvidas e apresentadas ao público interno e externo. Para o Exército, os EC podem ser caracterizados pelas seguintes denominações: Casa Histórica, Memorial, Monumento, Parque Histórico, Sítio Histórico, Sala de Exposição e Museu Militar.

Uma observação relevante sobre as duas últimas é que os EC da Força Terrestre são, em sua grande maioria, salas de exposição e não museus militares, pois são um espaço de maior alcance, que devem possuir um corpo técnico especializado, ter vocação para pesquisa e estudo no local e ser permanentemente aberto ao público.

Sobre a importância e o motivo de se ter um EC em um aquartelamento, entende-se que o ambiente suscita o sentimento de pertencimento nos militares que ali atualmente servem e naqueles que já passaram por ele.

Então, como fazer? É necessário trazer para a OM o soldado do efetivo variável (EV), os militares temporários, as famílias e a comunidade para vivenciar o quartel, recebendo informações sobre a história, as atribuições e as tradições tanto da unidade quanto do Exército Brasileiro.

Dessa forma, outros militares da OM também manifestarão orgulho de pertencer ao quartel e de conhecer o local de trabalho, o que aumenta a importância de serem disseminadas as histórias e tradições do quartel. Esse sentimento de orgulho e pertencimento será vivenciado no dia a dia e criará uma relação equilibrada entre o novo e o antigo e a tradição e a contemporaneidade.

O EC deve estar constantemente disponível, principalmente nas grandes datas do aquartelamento (entrada dos portões; entrega da boina; aniversário da OM; dia da Arma, do Quadro ou do Serviço; e licenciamento do efetivo variável, dentre outras). O espaço deve servir como um ponto de apoio para o militar apresentar e mostrar seu local de trabalho para parentes e amigos, informando o porquê dele estar ali, não devendo ser apenas um local de passagem para visitas oficiais e inspeções.

Outra ação complementar para a implementação do EC é a criação de um roteiro de visitação ao aquartelamento. Contudo, é necessário que haja um eficaz treinamento do pessoal designado para a condução da atividade de exposição, que contribuirá para a criarão de maior confiança e a ampliação do conhecimento a cada visita, tornando os recursos humanos mais especializados para possíveis atividades fora da Força.

Parcerias com entidades civis e acadêmicos locais também são bem-vindas, pois colaboram para melhorar o EC, ampliar a visão historiográfica do conteúdo exposto e servir de elo com a sociedade local. É importante destacar que o respaldo ao comandante para interagir com o público externo e estabelecer contatos com a sociedade civil consta no Plano Cultural do Exército Brasileiro 2022-2023 (PCE), explicitado no art.13 da Portaria nº 76 – DECEx, de 29 de maio de 2014.

O EC deve possuir uma temática definida, podendo ter uma ou mais linhas de desenvolvimento para exploração do assunto, que poderá ser sobre a OM, o local onde ela se insere, uma figura histórica, um evento, uma vitória e até uma derrota. O importante é criar o vínculo entre o tema e o aquartelamento para que possa ser desenvolvida uma temática delineada, não uma juntada de objetos.

Além disso, deve ser dada atenção especial à contextualização do acervo e aos materiais expostos, que devem ter relevância para a temática que o EC quer apresentar. Portanto, duas perguntas devem ser levadas em consideração: Que história a OM quer contar? Como vou contar essa história?

Outro aspecto importante a ser observado é o contido no art. 11 da Portaria nº 1030, de 11 de outubro de 2013, do Cmt EB “a denominação histórica representa a homenagem permanente do Exército às ações, locais, datas, tradições ou personagens já falecidas, consagrados na História do Brasil”. Dessa forma, devem ser tomados alguns cuidados com objetos em exposição, pois placas de agradecimento, medalhas, equipamentos, pertences de militares ex-integrantes da OM e brindes ofertados ao quartel, geralmente tidos como lembranças, podem não possuir ligação direta com a temática da exposição e, portanto, não devem permanecer no EC. Contudo, podem ocupar outros locais. Um bom exemplo dessa situação são as placas de turmas ou de ex-integrantes, que não deveriam compor o EC, mas ficar próximas ao espaço em que serão utilizadas, servindo de complemento da visitação.

Outros materiais podem ser usados como peças de apresentação para adicionar subsídios à história que o EC está contando, mesmo sem possuir um valor histórico relevante ou fazer parte diretamente do acervo do EC. Como exemplo, podemos citar um blindado, um obus ou outro equipamento militar de grande porte que está fora de uso e exposto no aquartelamento.

O espaço poderá ter um acervo pequeno, porém deverá ser bem cuidado, apresentado e contextualizado par conquistar a atenção do visitante. Ter uma pequena equipe, mas bem preparada, é fundamental para esse fim. Além da utilização de material expositivo com ilustrações e descrições sucintas e claras (painéis, banners e outros materiais ilustrados), sugere-se o uso de exposições interativas (por exemplo, um telefone de campanha que se liga a outro dentro do EC) e de tecnologia (QR code nos materiais expostos que direcionam o visitante para um vídeo ou outra produção em mídia digital).

Por fim, todo militar é um agente da cultura, mas toda OM deve ser uma difusora da cultura. Precisamos contar nossa história, pois, se não fizermos, alguém fará por nós.

Fonte: TC Fábio da Silva Loureiro

 

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